quinta-feira, 4 de abril de 2019

AS MURALHAS DA VIDA ETERNA

A gente finge que vive até o dia de morrer 
E espera a hora da morte pra se arrepender de tudo 






Entre as muralhas que lhes aprisionam, três "forasteiros sem estrada" tornam-se habitantes de uma terra, onde o ciclo da vida, com seu alarde, e o tempo, com seu silêncio, protagonizam diversos contos e compõem um verdadeiro espetáculo.

Vinculando uma linguagem poética e pueril a uma história ornamentada por profundos paradoxos e forte simbolismo, "As Muralhas da Vida Eterna" retrata, através da personificação de sentimentos e ideais humanos, os invisíveis limites que aprisionam a mente do homem moderno, esse indivíduo que, caminhando dia após dia até seu túmulo, vive como se a vida fosse eterna.

“As Muralhas da Vida Eterna” tem por finalidade induzir o leitor, até a última palavra do livro, à reflexão sobre conceitos e paradigmas sociais, que nos mantêm aprisionados às ilusões da vida, e nos fazem, consequentemente, perder as experiências que são válidas e necessárias, durante nossa caminhada existencial.

Na história, três forasteiros, em um final de tarde, encontram uma misteriosa aldeia cercada por altas e robustas muralhas. Aquela, por certo, seria uma terra enigmática, eis que, protegida por diversos guardiões, ostenta ainda o nome de sua excêntrica padroeira, Nossa Senhora da Vida Eterna, uma santa que acalenta nos braços um relógio que conta o tempo em retrocesso.

Naquelas terras, os aventureiros, por causa de uma grave falha, acabam selando os seus destinos à sua mais dolorosa peripécia: o aprisionamento. E, ali, após conhecerem uma cigana prisioneira e uma velha aparentemente sem sanidade, tornam-se telespectadores de diversos contos.

Nas terras da Vida Eterna, brota, portanto, a real essência da história. Através de uma metáfora sobre um estilo de vida que parece não ser afetado nem pela morte nem pelo tempo, a narrativa aponta os invisíveis limites que aprisionam a mente do homem moderno.