segunda-feira, 7 de abril de 2014

Omissões da Igreja - Lilith, a primeira mulher de Adão

"Lilith foi condenada a escuridão, ou melhor, às sombras da lua e ficaria lá até a chegada do novo século. Esta seria denominada "A nova era século vinte e um" , onde as mulheres dominariam o mundo e os homens se tornariam escravos das mesmas. O poder e o domínio agora mudariam de mãos sobre o encanto e magia de Lilith, com os dizeres "assim será" ; e isto, de fato, está acontecendo no mundo todo: poderes delegados às mulheres.. " 

- Antony Makallystter -






Lilith ( ou Lilit) é referida, na mitologia Babilônica como um demônio feminino que habitava lugares desertos. É, também, tratada em diversos textos antigos (sendo mais notável, o Antigo Testamento). É referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que, em uma das passagens (Patai81:455f), ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. Na cultura judaica, ela é tida como a primeira esposa de Adão - criada do barro, juntamente, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por se mostrar indomável e maléfica e, então, expulsa do Paraíso, chegando depois a ser descrita como um demônio. 

De acordo com algumas interpretações da criação humana, em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria-prima de Adão, Lilith se rebelou contra seu criador, recusando-se a ficar sempre abaixo nas relações sexuais. Modernamente falando, digamos que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal. 

"Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual." Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou que essa seria a ordem natural: o domínio do homem sobre a mulher, dessa forma abandonou o Éden. Lilith se recusou a voltar, sendo para isto, três anjos enviados em seu encalço. Juntou-se aos anjos caídos onde se casou com Samael ( que tentou Eva ao passo que Lilith tentou a Adão) os fazendo cometer adultério. Desde então relata-se que o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém-casados para se vingar. 

Após os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua representatividade e foi limada do velho testamento. Eva é criada no sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis. No período medieval ela era ainda muito citada entre as superstições de camponeses, como deixar um amuleto com o nome dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf para que ela não o matasse, assim como acordar o marido que sorrisse durante o sono, pois ele estaria sendo seduzido por Lilith. Algumas vezes, Lilith é tida como a serpente que teria seduzido Eva, a mulher que teria casado com Caim; outras, como uma vampira, uma sedutora que castrava os homens que seduzia e, por fim, um bicho maléfico ou animal noturno (termo encontrado na "bíblia recente", em Isaías 34:14). Mais recentemente, seu nome Lilith teria sido trocado por coruja (em inglês) ou animal noturno (aqui no Brasil), já que ficaria acorrentada às sombras da Lua até o século 21, onde as mulheres dominariam o poder e os homens seriam seus servos. Acredita-se que a Igreja Católica, durante o Concílio de Trento (ou bem antes disso), tenha retirado as menções a Lilith em Gênesis e deixado seu nome passar apenas nesse versículo em Isaías:


“As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha, e o sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais noturnos ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si.” Isaías 34:14 – Versão Almeida Corrigida.


“The wild beasts of the desert shall also meet with the wild beasts of the island, and the satyr shall cry to his fellow; the screech owl (coruja que grita) also shall rest there, and find for herself a place of rest.” Isaías 34:14 – Versão King James.


“And there shall the beasts of the desert meet with the jackals, and the wild goat shall cry to his fellow; the lilith also shall settle there, and find for herself a place of rest.” Isaías 34:14 – Versão John Nelson Darby.


Lilith apareceu, primeiramente, representando uma categoria de demônios ou espíritos de tormentas na Suméria. Como uma figura de demônio feminino da noite, ela era também associada ao vento e como portadora de mal-estar, doenças e mesmo, a morte, utilizando-se também, por vezes, da água, como espécie de portal para seu mundo.

Em algumas culturas (como Suméria e Babilônia, por exemplo), ela era, ao mesmo tempo, cultuada e identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a Lua, pois assim como tal, ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Outros estudiosos assimilam-a como deusa da fertilidade ou deusa cruel, devido ao sincretismo com outras culturas. No Livro de Nod é conhecida, também, como Deusa da Lua - aquela que ensina a Caim habilidades vampíricas - que é tão antiga quanto o próprio Deus criador do céu e da terra.

De qualquer modo, criadas à imagem de Lilith, surgiram as lendas vampíricas: Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus quando mulheres e íncubus quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por um súcubus, dificilmente um homem sairia com vida. 




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